Márcia Ramos
Fazer poesia é derramar amor sobre uma folha de papel em branco!
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Textos


 Dia de chuva... 

Abro os meus olhos, ainda sonolenta, e ouço o barulho da chuva.
Vou ao banheiro, lavo o rosto e chego até a janela para me certificar...
Realmente estava chovendo!
É o bastante para saber que será um longo dia.
Adoro chuva quando estou em casa, porque durmo até mais tarde, me enrolo num cobertor, vejo muitos vídeos e tomo chocolate quente.
Mas quando tenho que trabalhar... Acaba o meu dia!
Para começar, vejo que a roupa de trabalho separada não tem nada a ver com o dia.
Tenho que trocar tudo!
Para mim, chuva é sinônimo de sapato fechado ou bota. Nem preciso escolher para saber o sapato que usarei, mas a roupa... É um tormento!
Detesto usar roupa clara com este tempo.
Aliás, já sou adepta ao pretinho básico de todos os dias.
Após alguns minutos, decido a roupa e corro para me preparar.
De manhã às horas voam... Com chuva então, acho que pegam carona num foguete!
Pronto!
Já estou na rua.
Começa o dilema: Tenho que carregar o guarda-chuva, a bolsa no ombro, a sacola na mão e ainda me equilibrar sobre a bota, evitando as poças que insistem em ficar no meu caminho!
Tudo isso sem perder a pose!
Ufa!
Tudo deu certo até conseguir chegar ao ponto de ônibus.
Esperei alguns minutos (que pareciam horas...) e finalmente ele chegou. Não poderia ser diferente às seis e meia da manhã; estava lotado!
Foi difícil entrar, porém, muito pior foi passar pela roleta daquele micro-ônibus (e nem sou tão gorda assim!)!
Levantei o guarda-chuva e a sacola na mão, respirei fundo e pensei: Consegui!
Puro engano...
 A bolsa do ombro engasgou na roleta e não havia santo na terra (nem no céu...) que me fizesse passar! Se fosse para trás, teria que pagar outra passagem e para frente, estava empacada...
Que situação!
 Entrei em pânico.
Um passageiro vendo o desespero nos meus olhos (infelizmente estava chovendo e não podia usar os meus óculos escuros...) decidiu ajudar e graças a Deus, consegui passar.
Devo ressaltar que apenas rodei a roleta! Não conseguia dar mais um passo sequer...
 Sardinha em lata perdia feio para aquele ônibus!
Aos trancos e barrancos, ou melhor, aos empurrões e muitas pisadas (dadas e recebidas), consegui chegar próximo à porta.
Finalmente o ponto chegou.
Desci e segui o meu caminho por mais alguns minutos.
Um sorriso escondido no canto dos lábios já se esboçava e intimamente, agradecia por estar chegando ao trabalho.
Estava uma luta árdua entre o guarda-chuva e o vento que vinha na direção oposta.
Pensei com os meus botões... 
Só falta o guarda-chuva quebrar agora!
Não deu outra...
Quando olhei, três varetas tinham envergado e a chuva, que insistia em cair, começava a me molhar.
Se fosse sexta-feira treze, até entenderia... Mas não era!
Bom, depois de tudo o que aconteceu, nada mais seria pior.
Novo engano!
Calmamente, se ainda é possível, aguardava o semáforo fechar para atravessar, quando de repente, vi um ônibus passar, ou melhor, voar, rente ao meio fio e literalmente me dar um banho de lama.
  Estava molhada da cabeça aos pés (nem as botas escaparam...).
Parecia um pinto!
Contei até três, ou melhor, trinta, para me acalmar... 
Decididamente, aquele não era o meu dia!
 Por que não era sábado?
Tinha que ser segunda-feira!
Ainda bem que estava de preto.
O vexame foi menor!
Disfarçadamente, larguei o guarda-chuva quebrado na rua e entrei voando na empresa.
Consegui! Gritei para mim mesma.
Por alguns segundos, fiquei parada refletindo e notei que aquela situação catastrófica não era apenas minha...
Outras pessoas estavam chegando e talvez tivessem passado por coisas piores, entretanto, levavam na esportiva e traziam um imenso sorriso no rosto.
Elas estavam certas...
Não podemos desanimar!
 Afinal, aquele era um, de tantos outros dias de chuva que ainda teria que enfrentar na minha vida.
Coragem!
Hoje chove, amanhã, o sol brilhará novamente!






              

Márcia Ramos
Enviado por Márcia Ramos em 17/04/2011
Alterado em 24/04/2011
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